Entrômolinho: Joanna maranhão fala em entrevista que já foi molestada por seu treinador

A nadadora Joanna Maranhão se destacou no cenário nacional e internacional conquistando vaga para os Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e uma medalha de bronze nos 400m medley, entre outras conquistas.
Joanna em entrevista ao Gazeta Esportiva.Net revelou que sua queda não teve razões apenas técnica mais também confessou ter sido molestada nos primeiros anos no esporte e ao longo dos anos conseguiu superar esse trauma.

Leia um trecho da entrevista e a entrevista no site da Gazeta

GE.Net - Houve um tempo que você chegou a dizer que estava com medo de pular na piscina e dar seu melhor e que tinha pensado em parar. Isso passou... como você lida com a natação hoje?
JM - Passou! Eu passei por maus bocados nos últimos três anos. A verdadeira historia é que na infância fui molestada pelo meu técnico. Para ser mais exata, quando tinha nove anos. Mas a mente tem um poder incrível e durante todos esses anos eu tentei convencer a mim mesma que nada daquilo tinha acontecido, que tinha sido fruto da minha imaginação. Mas como uma onda muito forte, dez anos depois eu fui tomando consciência de tudo que eu tinha sofrido. Foi muito doloroso, foi um processo lento. Freqüentei psiquiatra e psicólogo, porque eu precisava colocar aquilo tudo pra fora. Durante esse processo, tudo na minha vida sofreu as conseqüências e com a natação não poderia ter sido diferente. Mas hoje que eu estou bem, consigo falar sobre isso. Parece que saiu um peso. Eu até pretendo, no futuro, fazer algo em relação a outras crianças que sofrem isso e têm medo, vergonha de contar pros pais como aconteceu comigo. Minha mãe só soube no ano passado. O "medo" de cair na piscina vinha daí. Os abusos aconteciam no clube, dentro da piscina. Foi muito traumatizante, não foi fácil, mas eu superei.

GE.Net - Sua mãe só soube no ano passado, foi mais difícil admitir o que aconteceu ou contar para ela?
JM
- Tinha dias que me encolhia na cama, e só fazia chorar. Não conseguia que ninguém encostasse o dedo em mim. Eu estava tão vulnerável que praticamente implorei que minha mãe me ajudasse. Eu contei tudo. Foi saindo de uma vez, sabe? Ela ficou parada, chocada, ‘tadinha’, me pediu desculpas! Como se ela tivesse tido alguma culpa. Mas enfim, o mais difícil foi "reviver" tudo isso, e depois me "reconstruir".

Como bons pernambucanos, torcemos por joanna e que ela supere essa conseqüência da vida. Parabéns pelo seu trabalho.

por Elivan


0 comentários: